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O
romance é narrado por um homem que seqüestra uma mulher e a leva para
uma casa numa praia deserta. Ali, ele a amarra a uma poltrona e diz que
precisa lhe contar uma longa história. Aos poucos, vamos sabendo que se
trata de uma história de amor, medo e muitas surpresas, na qual a
mulher seqüestrada desempenha um importante, e inusitado, papel.
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Em A confissão,
Flávio Carneiro retorna ao fantástico (tão presente em seu primeiro
livro), escrevendo cada palavra sobre a linha finíssima que separa
sanidade e loucura, realidade e fantasia.
O
narrador, anônimo, é um homem com muitas histórias para contar. Na
impossibilidade de narrá-las todas, vai recortando cenas e montando-as
num relato sinuoso, labiríntico, dentro do qual cada aparente desfecho
é apenas a porta de entrada para uma nova história. O leitor acompanha
passo a passo as aventuras deste sedutor um tanto atípico, que parece
querer ao mesmo tempo atrair e amedrontar a mulher que tem diante de si.
E assim como a mulher ouve com ansiedade o relato de
seu seqüestrador - querendo saber, afinal, por que está naquela casa e
qual o seu destino -, também o leitor é, de certa forma, capturado.
Com um ritmo ágil, A confissão transporta o
leitor para dentro da mente de um homem atormentado, sedento por
retomar o controle de suas próprias experiências. De sua tentativa,
resulta um romance forte, delicado, surpreendente.
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