Flávio Carneiro


Entrevistas


NO MUNDO DAS LETRAS
Jornal O Popular (Goiânia), 05/11/2007.
Entrevista concedida a Renata dos Santos.


Flávio Carneiro é escritor, ensaísta, roteirista e professor de literatura brasileira da UERJ. Publicou vários livros, entre contos, romances, crítica literária, novelas para crianças e jovens. Ganhou prêmios literários como o Octavio de Farias, da União Brasileira de Escritores, na categoria melhor livro de contos, com a obra Da Matriz ao Beco e Depois (Rocco). Recentemente, seu romance A Confissão (Rocco) foi finalista do Prêmio Jabuti e do Prêmio Zaffari & Bourbon. Com o romance inédito A Distância das Coisas, venceu o Prêmio Barco a Vapor, o maior do País para ficção inédita voltada para crianças e jovens. Este goianiense falou ao POPULAR sobre literatura, a vida no Rio de Janeiro e sua ligação com a terra natal.

Sua relação com Goiânia tem alguma influência na sua obra?
A relação com a cidade sempre foi muito forte. Quando fui morar no Rio, não tinha amigos, parentes, não conhecia ninguém e sentia muita falta de Goiânia. Isso, claro, influenciou na minha obra, mas não de forma direta. Goiânia não é um cenário dos meu livros, por exemplo, mas está sempre presente, de forma disfarçada, em tudo o que escrevo.

Você conjuga apuro técnico com características como a de um bom contador de histórias. Fale um pouco disso.
O escritor Italo Calvino dizia que escrevia apenas os livros que ele próprio gostaria de ler. Concordo com isso. Como gosto de histórias assim, que me levem a viajar por mundos imaginários, que me façam imaginar mais e melhor, procuro também escrever histórias que tenham o mesmo efeito sobre outras pessoas. E para se conseguir isso, esse efeito, acho importante que o escritor, além de um bom contador de histórias, seja também alguém que leve a sério seu ofício, o que significa que deve se preocupar sempre em apurar sua técnica.

Você acredita que as crônicas atingem mais o público que o gênero romance?
Acho que, das formas narrativas, o romance é a mais popular, sem dúvida. Mais até do que a crônica. As pessoas gostam de histórias longas. Basta ver, por exemplo, a lista dos mais vendidos. Mesmo num país que lê pouco, como o nosso, os livros de ficção mais vendidos são romances, e longos. Acredito que isso aconteça porque o leitogosta de conviver por certo tempo com os personagens, o enredo, o cenário.

Você mora atualmente em Teresópolis. Viver numa cidade pequena facilita seu trabalho?
Teresópolis é um paraíso. Fica a quase mil metros acima do nível do mar, tem um clima maravilhoso, uma paisagem lindíssima. Moro numa casa agradável, quase dentro de uma reserva florestal, tenho horta, jardim. Sempre que posso, fico em casa, escrevendo. Gosto muito do Rio também, continuo ficando parte da semana lá, dando aula, é uma cidade muito importante na minha formação, como escritor, como pessoa. Vivi lá por mais de 20 anos e de certa forma ainda vivo um pouco lá, mas para escrever Teresópolis sem dúvida é melhor.






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