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Escritor goiano se inspira em obra de Rubem Fonseca
Carlos Herculano Lopes
Estado de Minas, Caderno Cultura. Belo Horizonte, 08.11.2009
Morando no Rio de Janeiro desde 1981, quando deixou Goiânia, o escritor, crítico literário e professor de literatura brasileira Flávio Carneiro gosta tanto da Cidade Maravilhosa que resolveu homenageá-la com uma trilogia - de gêneros diferentes. O primeiro livro da série, lançado em 2001, foi o romance policial O campeonato; em seguida veio A confissão, história fantástica. Agora ele está terminando o terceiro, A ilha, ficção científica que se passa num tempo indeterminado. Enquanto isso, aproveita para lançar a edição revista de O campeonato pela Editora Rocco (a primeira saiu pela Objetiva). .
Inspirado em conto homônimo de Rubem Fonseca, o romance é narrado por um jovem fanático, que, por tanto gostar de ler histórias policiais, acaba se tornando detetive - desses de carteirinha, com direito a viver aventuras incríveis. E o mais curioso: passa a encarar criminosos, que também são fãs de romances policiais e de Fonseca. Flávio Carneiro já escreveu 12 livros, mas confessa: não foi fácil construir a história, porque ela tem muita ação, ritmo veloz e trama atravessada por situações paralelas. "Tive muito prazer de desenvolver O campeonato, foi muito divertido. O narrador André, de 26 anos, e seu amigo Gordo são pessoas que, sinceramente, gostaria de conhecer na vida real, de convidar para uma cerveja num bar. Poderíamos falar das coisas de que todos gostamos: futebol, literatura e vida. Acho que seria muito amigo deles", diz. .
FASCÍNIO
O autor goiano consegue desenvolver vários projetos paralelamente. Atualmente, está escrevendo A ilha e o infanto-juvenil Devagar & divagando. Flávio conta que sempre foi leitor contumaz de literatura policial. Acha que essas histórias fascinam tanto porque os leitores, de certo modo, sentem-se representados nelas por meio da figura do detetive. .
"O primeiro detetive policial, o Dupin, de Edgar Allan Poe, em Os crimes da Rua Morgue, chega à solução do enigma pelo cruzamento das diversas versões do crime veiculadas nos jornais. Dupin é um leitor astuto, atento aos detalhes e imaginativo", comenta. .
Além dos livros de Rubem Fonseca, Flávio Carneiro confessa gostar das histórias policiais de autores como Dashiel Hammett, Jorge Luis Borges, Paul Auster e o carioca Luiz Alfredo Garcia-Roza. .
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